segunda-feira, 11 de maio de 2009

Queima das Fitas ( um pouco de historia) part I






Foi a partir de 1899 que se começou a alicerçar o que, mais tarde, viria a ser a Queima das Fitas, com a realização do “Centenário da Sebenta” que pretendeu ser uma réplica aos centenários comemorativos entre 1880 e 1898, com o intuito de homenagear diversas figuras e factos. O ponto comum destes centenários era a sua apresentação publica na forma de um cortejo, com fogo de artificio, sarau e touradas. Porém, estas formas de homenagem não eram as mais próprias, uma vez que deturpavam o verdadeiro significado das efemérides. Surge assim, a ideia da realização de um centenário humorístico, ridicularizando os até então feitos, tomando por base a sebenta, compilação dos apontamentos do professor.
O Centenário da Sebenta passa a ter, assim, um âmbito crítico de carácter geral e, ao mesmo tempo, particular, já que se protestava contra a exploração dos sebenteiros. A estrutura de tal manifestação confinou-se a cortejos alegóricos e a um sarau. Tratava-se agora de desenvolver esta ideia.
Nos anos seguintes, o 4º ano jurídico organiza festas da mesma espécie e introduz um aspecto inovador: o queimar das fitas que se usavam nas pastas e que eram indicadoras da sua condição de pré-finalista. A fita é uma consequência das pastas dos meados do séc. XIX que tinham para prender as das partes que a compõem, três laços de fita estreita da cor da Faculdade do utente, um de cada lado, ao meio das bordas da pasta. O queimar das fitas acabou por se transformar num acto simbólico cujo significado assenta na atingir um objectivo próximo: o término do curso.
Em 1905 realizou-se o “Enterro do Grau” em consequência de uma reforma dos cursos universitários que mantinham os graus de Licenciado e Doutor e abolia o grau de Bacharel. Este facto levou a um festejo da estrutura idêntica aos anteriores. No entanto, o “Enterro do Grau” é mais uma manifestação a ligar a festejos anteriores ao que viria a ser mais tarde a Queima da Fitas, porque pela primeira vez, se verificou a participação activa da população de Coimbra, começando a verificar-se que a Queima das Fitas era já uma festa de comunhão com a população da cidade, cuja iniciativa pertencia aos estudantes.
No ano de 1913, um episódio marcou a história das festividades académicas, quando no dia 27 e Maio, devido a um incidente motivado pela Academia, um tenente da guarda ficou sem boné. Eivados da caracteristica irreverência académica os estudantes gritavam constantemente: “olha o boné”. Devido à repercussão que o facto teve na época, este dia foi tornado, durante muitos anos, como o dia principal dos festejos.
Verificaram-se até 1919 alguns interregnos, condicionados pelas condições políticas, económicas e sociais da época, como por ex. a proclamação da República e a I Grande Guerra Mundial.
Mas foi de facto neste ano, 1919 que as celebrações académicas começaram a adquirir a estrutura que conservam actualmente.


Pela primeira vez os finalistas de todas as Faculdades celebram em pleno a festa da Queima das Fitas, para além de se ter dado um passo importante para a sua sedimentação. Cada ano surgiam elementos novos a todos os níveis enriquecedores: a Garraiada, Venda da Pasta, actividade benemérita cuja receita revertia a favor do Asilo da Infância Desvalida, o Baile de Gala das Faculdades.

Queima das Fitas ( um pouco de historia) part II

Com repercussão enorme a nível nacional, a Queima das Fitas rapidamente ultrapassa fronteiras, atingido níveis nunca antes alcançados por qualquer outra organização do género.
Entretanto, das crises estudantis de 1969, resultou o decreto de luto académico que culminou com a não realização da Queima das Fitas desse ano.
Em 1972 alguns quartanistas, em plena rebeldia ao luto académico, tentaram e realizaram alguns actos comemorativos mas todos debaixo de telha. Houve cartaz e selo, mas não houve cortejo.
Com a revolução de Abril de 74, os conflitos pareciam ter perdido razão de existir com o termino do regime vigente desde Maio de 1926. No entanto, posições radicais deram origem a confusões, ficando gerações sucessivas de estudantes privados de expandirem os seus anseios, especialmente consubstanciados na sua festa académica que tudo parecia indicar que não se voltaria a realizar.
Mas tal não se verificou e após um interregno de onze anos, a Queima das Fitas voltou a realizar-se em 1980, um ano depois da realização da Semana Académica, iniciativa de Direcção Geral da A.A.C., que funcionou como urna sondagem à academia e à população da cidade. A franca adesão e o entusiasmo verificados vieram a comprovar que todos ansiavam pelo retomo das Queima das Fitas, pois esta manifestação de alegria estudantil faz parte integrante das tradições de uma academia que foi ímpar e tenciona continuar a sê-lo. E, fazendo as tradições parte do património cultural das regiões onde se realizam, torna-se prioritário fazê-las reviver em cada ano e proporcionar aos estudantes e população de confraternizarem salutarmente.
A Queima da Fitas é a explosão delirante da Academia, consistindo para os Quartanistas Fitados e Veteranos, na solenização da ultima jornada universitária ou seja, o derradeiro trajecto da vivencia Coimbrã.

Os festejos da Queima das Fitas consistem sobretudo no seu programa tradicional, composto por: Serenata Monumental, Sarau de Gala, Baile de Gala das Faculdades, Garraiada, Venda da Pasta, “Queima” do Grelo e Cortejo dos Quartanistas, Chá Dançante, Noites do Parque.
Este ano comemorou-se o 110º aniversário das Queima da Fitas.
A par da Queima das Fitas de Coimbra esta é uma altura que as Universidades e Institutos comemoram as suas Semanas Académicas.
Parabéns Finalistas…. ah e a mim, pois também sou finalista eheheh =)

domingo, 3 de maio de 2009

Algumas imagens (não) perdidas....
















O Hospital Conde Ferreira foi construído como herança de J.F. Ferreira a 24 de Março de 1883. Este enriqueceu no Brasil, África e em Portugal, tornou-se um grande apoiante do reinado de D. Maria II. Este Hospital foi a primeira construção de raiz feita para a Psiquiatria em Portugal.



No séc. XIX, o Hospital sob a administração da Misericórdia torna-se escola dos grandes “alienistas”, exemplo destes são os reconhecidos Dr. Magalhães Lemos e Dr. Júlio de Matos.


Nesta imagens temos alguns utencílios usados nalgumas "neurocirurgias"


Uma mesa de autopsias.






Aqui uma máquina de electoconvulsivoterapia.


Uma camisa de forças, que hoje em dia já está em desuso.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Boas, depois de algum tempo ausente (por trabalho, ou não), vou tentar dar rumo à minha escrita... =)
Estes últimos 3 meses, foram passado na Povoa de Varzim, entre os serviços de cirurgia e pediatria... serviços em que gostei muito de trabalhar, neste momento encontro-me no Porto a fazer o meu penúltimo estágio, psiquiatria no Centro Hospitalar Conde Ferreira (antigo Hospital dos Alienados do Conde Ferreira). O último estágio, Integração à Vida Profissional, será feito no Hospital de Sta. Marta, em Lisboa, na Unidade de Cuidados Intensivos Coronários. Serviço complicado, mas muito interessante(ei de fazer um post sobre o assunto)...
Para já fica por aqui o coment.... prometo voltar em breve, talvez com um pequeno comentário sobre psiquiatria, talvez sobre o conde ferreira... quem sabe.....
ate breve...........